12/08/2021 - Taxa Selic vai continuar subindo e pode puxar os juros do crédito imobiliário, hoje em 7,5%, para perto de 11%
Nunca foi tão barato financiar um imóvel no Brasil como hoje. Os juros praticados pelos bancos no crédito imobiliário acompanham muito de perto os juros básicos do país, definidos pela taxa Selic, e a Selic também nunca foi tão baixa quanto no último ano.
Nos piores meses da pandemia ela chegou a cair a apenas 2%. Hoje está em 4,25%, nível ainda bastante baixo para a sua história, quase toda acima dos dois dígitos.
Com isso, os juros do crédito imobiliário também chegaram às mínimas: a média deles hoje está em 7,5% ao ano e, há alguns meses, chegou a quase 6%, de acordo com o Banco Central. No começo de 2020, era 10%. Não à toa, os financiamentos de imóveis não pararam de bater recorde no país.
A má notícia é: essa janela de juros baixíssimos está se fechando, e quem comprar um imóvel depois vai, inevitavelmente, se deparar com juros e parcelas bem mais caras.
Com o avanço forte e persistente da inflação, o Banco Central já vêm desde o começo do ano subindo a Selic, e os aumentos estão longe de acabar. Nesta quarta-feira (4), os diretores do BC anunciam a nova taxa Selic para agosto.Boa parte dos economistas já concorda que a taxa de referência deve voltar para a faixa dos 7% aos 8% ainda neste ou no próximo ano, patamar que não era visto desde 2017. “Pelo histórico, isso deve significar juros do crédito imobiliário na casa dos 11% ou 12%”, disse o planejador financeiro Carlos Castro, certificado pela Planejar.
Parcela 46% mais cara
Para parcelamentos longuíssimos como são os imobiliários, cada pequena mudança nos juros tem um efeito cascata enorme no valor final pago.
Uma simulação feita pelo portal Imovelweb para o CNN Business mostrou que um aumento nos juros de 7% para 11% ao ano, que é o que muito provavelmente acontecerá até o ano que vem, eleva o valor da parcela mensal em 46%, considerado um financiamento com prazo de 30 anos.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br